Estudantes de três instituições de ensino visitam sede judicial do TRT-15

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Estudantes de três instituições de ensino visitam sede judicial do TRT-15

anasiqueira

Qui, 29/08/2024 – 19:09

Estudantes de três instituições de ensino visitam sede judicial do TRT-15
Conteúdo da Notícia

Na última quarta-feira, 28/8, cerca de 70 estudantes dos cursos da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de Campinas, do Centro Universitário Padre Anchieta (UniAnchieta), de Jundiaí, e do Instituto Central de Direito e Educação, de Salto, visitaram a sede judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. Os alunos foram acompanhados pelos professores Maurita Baldin Altino Teodoro De Bellis, da Universidade Mackenzie, Juliana Caramigo Gennarini e Hamilton Scarabelin, da UniAnchieta, e Romeu Bicalho, do Instituto Central de Direito e Educação.

#ParaTodosVerem: estudantes e professores posam para foto em frente a fachada do TRT-15.

Na próxima etapa da visita, o vice-diretor da Escola Judicial (Ejud), desembargador Luiz Felipe Paim da Luz Bruno Lobo, recepcionou os estudantes no Plenário, apresentando o TRT-15 e sua estrutura,e explicando o que são ações rescisórias, tema da sessão do dia. No prazo de dois anos, cabe ação rescisória em processos já com trânsito em julgado, em algumas hipóteses específicas. Para responder a uma questão, explicou também que a toga é usada pelos magistrados para representá-los como parte do coletivo que é o Poder Judiciário.

Depois, houve a tradicional foto com as becas, e convite à simulação de sustentação oral no púlpito do auditório.

A seguir, o diretor da Ejud, desembargador Carlos Alberto Bosco, fez questão de falar também aos estudantes, afirmando que o objetivo do Direito do Trabalho é a paz social, e recomendando: “enalteçam o professor, ele é como um segundo pai, responsável por nossa formação”. Por fim, após um vídeo explicativo apresentando o TRT-15, sua história e realizações, os estudantes puderam assistir parte da sessão na 3ª SDI (Seção de Dissídios Individuais).

#ParaTodosVerem: Os alunos também puderam conhecer o Centro de Memória, Arquivo e Cultura (Cmac) do TRT-15

Para finalizar a visita, no auditório da Escola Judicial, localizado no 5º andar, o diretor da Ejud, desembargador Carlos Bosco, apresentou a desembargadora Tereza Aparecida Asta Gemignani. Em depoimento, a magistrada Tereza Asta ressaltou que este é um momento difícil para o direito, “em que o conceito de responsabilidade está diluído”, e que nunca ele foi tão importante para a sobrevivência da sociedade, pois ajuda a determinar o que se pode e o que não se pode fazer no mundo moderno. Também salientou a relevância do aprendizado, afirmando que “é importante não se deixar manipular, e para isso é necessário o raciocínio lógico proporcionado pelo estudo”.

 
A seguir, a magistrada falou um pouco sobre sua trajetória. Contou que desde criança pensava em ser juíza. Começou a trabalhar cedo, aos 14 anos, na Companhia Telefônica de Campinas, com um horário que permitia que ela continuasse a estudar. Depois, trabalhou como jornalista, enquanto terminava a faculdade de Direito. Foi também auditora fiscal do trabalho, quando tomou contato direto com a situação de precariedade e vulnerabilidade dos trabalhadores. Ao saber que seria inaugurado um tribunal do trabalho em Campinas, decidiu prestar concurso para juíza, e passou logo no primeiro concurso que disputava. Estava realizado o sonho de infância. Segundo ela, “quando você acalenta um sonho, uma hora ele se realiza”.

 
A desembargadora encerrou falando de um dos casos jurídicos que mais a impactaram: um irmão mais novo reivindicava vínculo trabalhista ao irmão mais velho, dizendo que, desde criança, tinha sido explorado, trabalhando sem registro em carteira. O outro irmão,que estava no processo como reclamado, em depoimento contou que o pai morrera quando ele tinha 18 anos, e ele era o mais velho de cinco irmãos. Ele precisou assumir o lugar do pai, trabalhando num pequeno comércio que pertencia à família, e nunca conseguiu estudar, ao contrário dos outros irmãos. Explicou que o irmão não era registrado porque não era empregado, mas membro da família que “tocava o negócio” e sempre recebeu sua parte de pagamento.
 
Afirmou, aos prantos, que o que “mais machucava” era que justo aquele irmão caçula tivesse iniciado o processo contra ele, pois, no passado, quando seu pai morreu e a família enfrentava dificuldades financeiras, ele tinha defendido que o irmão mais novo permanecesse na família, e não com uma tia, que pretendia ficar com ele. Após esse depoimento, o irmão mais novo se levantou para abraçar o mais velho, ambos chorando. “Foi uma das coisas mais emocionantes que já presenciei na minha vida”, afirmou a desembargadora. Logo depois, o autor desistiu do processo.
 
Por fim, a desembargadora Tereza Asta recomendou aos estudantes o comprometimento com os estudos, e afirmou que o profissional do direito constrói caminhos para a solução de conflitos, e para isso é necessário equilíbrio emocional. Em uma fala que emocionou os presentes, a magistrada destacou a importância da escuta ativa e do trato pessoal e presencial do magistrado com a sociedade.

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Comunicação Social
Qui, 29/08/2024 – 19:09